Wednesday, July 05, 2006




Giorgio Antonelli

LA BALLATA DELLA LUCE
mitodologia di un bulbo brillante

Editrice Compositori

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Mito e Beleza - a luz eléctrica

A lâmpada como nós a conhecemos mantém a sua forma clássica quase inalterada, enquanto perfeito exemplo de design industrial.

Nascida do fogo, basta ter em atenção a sua linha de produção, mantém o principio da incandescência tal como todas as formas de luz que lhe antecederam.

A lâmpada brilhante, o primeiro electrodoméstico da história, atravessa todo o século XIX ainda como metáfora de uma boa ideia até à nossa época electrónica.

Encontrar uma lãmpada acesa era um confronto mágico, vivo, com a fé eléctrica. Pensava-se a electricidade um fenómeno omnipotente, celebrada como a essencia do progresso.
Considerado o quinto elemento sobre o qual se depositava enorme expectativa, sendo em simultaneo um fluido misterioso, inquietante e mefistofélico. A Luz era a evidencia da metamorfose da electricidade.

Bem o compreenderam os intelectuais vanguardistas da poesia russa, os surrealistas e futuristas.
A função prática da lãmpada, o mais perto possivel de uma perfeição quase impensável, leva a que a normalização de todo o sistema de distribuição de electricidade, seja concebido em torno desta.
Surge a preocupação de desenvolver a sua eficácia em termos de durabilidade, em termos de relação emissão de luz/ consumo. O filamento que nascera de carbono passa a ser desenvolvido numa liga metálica resistente à incandescência, num esforço intercontinental de aperfeiçoamento, envolvendo muitas e grande marcas/ industrias.

Como sempre no passado é a guerra que serve de catalizador para novas ideias. A guerra também comercial contra o gas luminoso que garante na altura a difusão da Luz na utilização pública.
Graças ao enorme interesse industrial acontece a sua evolução técnica.
Se no inicio era um luxo, já que representava custos 4x superiores à utilização do gas, gradualmente vai invadindo todas as formas de vida quotidianas, em simultaneo com o desenvolvimento do cinema, do automóvel, da fotografia, do espectáculo, do urbanismo, da publicidade nocturna, etc.
Desta forma abre-se caminho para uma seguinte revolução: a electrónica.

Da lãmpada surgirá o diodo, depois o triodo, a válvola termoiónica, a rádio.
O seu design entende-se como uma humanização da técnologia, expressa na sua forma sinuosa que encaixa na palma da mão. Terá sido fonte de inspiração, fantasia e imaginação para muitos poetas, pintores, escritores, gráficos e músicos.

Mas o destaque deste fascinio acontece nas artes aplicadas como por exemplo a publicidade.

Como um fogo de artificio de ideias cintilantes, a poesia da Luz atinge a dinãmica do futurismo até à essencialidade da estática da Bauhaus, ganhando um destaque sem precedentes nas denominadas artes aplicádas.



Precursores

“New York Herald”, 21 Dezembro 1879
Edison Light, The Great Inventors’ Triumph in Electric Ilumination

Foi assim, de forma comedida que a imprensa americana destaca a a chegada da lãmpada de Edison. A forma pouco intusiasta prende-se com o medo do ridiculo já que tudo parecia demasiado impossivel, como alguns cientistas defendiam.
A lampada cumpre agora 125 anos de idade e assim também o primeiro produto técnologico de massa. A mais brilhante das invenções terá um impacto incisivo sobre a vida quotidiana.
Thomas Alva Edison nasce em 1849 em Ohio, EUA, e aos 12 anos de idade embarca para a sua primeira viagem de longo trajecto, primeiro enquanto vendedor de jornais, depois como estampador, isto a bordo de uma carruagem tipografia ambulante. O telegrafo, uma das suas primeiras paixões, usa desde muito cedo de estação em estação para anunciar as noticias que serão estampadas durante a viagem. Por instinto optimo comunicador, Edison, defende que a informação e comunicação são a raiz do sucesso de qualquer produto.

Considerado um ‘Homo Faber’ já que desenvolve energéticamente os quatro momentos fundamentais: a curiosidade, a vontade, a fantasia e a memória, que em conjunto catalizam a sua enorme capacidade inventiva.
O Weekly Harald é o primeiro jornal da história a ser estampado em comboio e é Edison que promove o formato diário graças à aceleração da transmissão da noticia. Com os lucros, numa outra carruagem, consegue financiar e implementar ele próprio um mini laboratório de quimica. Aqui terá nascido o percurso até à sua lãmpada eléctrica, graças à sua versatilidade, autodidatismo, trabalhando sobre multiplas coisas em simultaneo, experimentando.

O pequeno bolbo de vidro de pequenas dimensões mantém a sua forma e peso perfeitamente adaptados à função, até hoje. Composto por vidro, vácuo, um filamento e alimentação de energia eléctrica.
Edison trabalha de forma quase obcessiva durante os ultimos 13 meses antes da apresentação de um modelo fiável e comerciável. Comanda uma equipe motivada composta por Batchelor, um técnico de enorme qualidade, por Upton, um matemático britanico, e por Bohm, um especialista alemão em vidro.
Foi um exemplo de convergência de elementos industriais e de financiamento, de qualquer forma isto não evitou que Edison experimentasse 7600 tipos de metais, fibras vegetais como o algodão, depois do processo de carbonização, em busca da resistencia optima.